23/05/2008

pondo a mão na consciencia

Custava tão pouco ser um pouco melhor...

Ou não?

Usar as palavrinhas mágicas: obrigado, por favor, licença, desculpe.
Puxa, parece tão simples... Mas porque tão raro?

Onde foi que nos perdemos do caminho da facilitação do ato de conviver
E nos transformamos em seres tão individualizados e individualizadores?

É raro um cumprimento em ambientes pequenos e fechados;
Ceder o espaço para os mais frágeis;
Olhar com carinho;
Sorrir ao dar ou negar um trocado...

Ficamos tão... tão...encouraçados...
É o motorista que não da passagem ou corta pela esquerda e
Que não para diante do transeunte que poe o pé fora da calçada
É o pedestre que atravessa as ruas sem obedecer ao semáforo
É o ciclista sem capacete
O motoqueiro sem noção
É o atendente insensível
O comerciante extorsivo
O profissional sem consciência
É o emudecimento do idoso
È o jovem alienado

E Custava tão pouco...
Um gesto desprendido
Um marido parceiro
Uma esposa gentil
Um filho lapidado
Um amigo presente
Um vizinho respeitável
Um chefe democrático
Um colega generoso


Temos nos nivelado tão baixo...
Desligado o telefone rapidamente
Usado o celular em momentos inadequados
Ouvido os que sofrem com impaciência
Rido com desdém dos que tem fé!

Somos tão minúsculos nesta imensa teia da vida
Tão pouco entendemos
Ha tanto nos sujeitamos para sobreviver
Somos tão iguais...
Na nossa solidão
Nas nossas angustias
Quantas vezes sem rumo, desamados, descontentes,
Com aquele buraco existencial mais profundo que o negro...
Implorando a alma, por tão pouco, para um pequeno e significativo alivio..

Porque neste intervalo entre existir e virar saudade
Não podemos ser integradores
Olhar o ser humano com compaixão.
Na impossibilidade de distribuir alegria
Pelo menos não causar dor...

O que ha conosco,
Que apontamos o Estado como indiferente
As instituições como incompetentes
Os políticos como corruptos
A mídia como manipuladora
O cidadão como leviano,
Como se fossemos vitimas
De seres alienígenas?
Como se não fossemos os construtores da nossa realidade?

Temos fixado mais o olhar, a critica, em quem denuncia os desacertos
Do que em quem comete a falta
Não estaria nesta cegueira um elemento de identificação com o infrator?
Já que não temos assumido nossas responsabilidades?
Não gostamos que nos apontem as faltas
Queremos todos ser Madalenas Perdoadas por Cristo?
E o “faze tua parte”?


O que temos sido?
Uma massa de qualidade duvidosa
Que só se inflama com o adversário do time contrario?
Que só se reúne em bares?
Que só se associa a blocos de carnaval e escolas de samba?
Que sonega impostos
Que oferece cervejinha ao guarda?
Que busca junto aos representantes públicos..uma boquinha?


Ora, ora, não sejamos tão vis!
Façamos um "mea culpa"
Não estamos enganando a mais ninguém!
Impossível continuar culpando tudo ao redor e absolvendo a nós mesmos!