19/07/2008

Parar de perder

O tempo tem avançado sobre mim, me fragilizando
Mas ele não veio sozinho

Trouxe as experiências negativas
Angustias
Desilusões
Mágoas
Cultivei em mim qualidades que de nada serviram para
Evitar as lagrimas de profunda tristeza e de grande rancor:

Solidariedade, compreensão, amorosidade, bom senso, alegria
Sinceridade, lealdade, transparência, bom humor, cultura

Preferiam-me bonita, gostosa e comível,
tola, usável, conveniente e fútil,
Fofoqueira, engraçada,
ou interesseira, egoísta e alienada!


A maioria me ensina a ser rude
Me exige frieza para suportá-la
Me cobra individualismo para conviver

Pessoas que
Nada podem aceitar
Além da existência inútil de suas figuras
Na construção do bem,

Exceto, seus pares
Os fazedores de um mundo ruim

Onde cruzam por cio, sem amor
Se dividem em crias, sem carinho

Como bichos

Então, que sobreviva o mais forte
O mais apto!

E eu meu caro , André que me sensibilizo com uma flor
que me compadeço dos menos afortunados
Eu que não tenho aptidão para um mundo
Tão imundo, que faço?

Ainda que dentro de mim exista um animal
Minha alma anseia o divino!
Meu olhar corre em busca da arte,
Meu sorriso se abre ao ingenuo e puro,
A Mente atenta para o que, em sua essencia, é original, e assim, belo!

O que aumenta o sofrer
É perceber minha essência abalada...
E para sobreviver deixar que corrompam em mim
Todos os valores pelos quais lutei!
Ou com os quais lutei para conseguir cada objetivo idealizado !

Que se dane a sonhadora, voce me dirá?

E que viva como os espertos, será seu conselho?

De vitima para algoz, será o caminho?

Mas e nem ser vitima nem algoz?

Ta bom, entendi que não dá...

Espera!

A parte corrompida em mim
sussurra capiciosa:
Sempre existe uma chance
De compor a maioria
basta baixar a cabeça
fechar olhos, tapar ouvidos, calar-se e, segui-la!

É quem sabe eu aprenda, me iguale e aperfeiçoe?
Tentando vou assimilando esta arte de viver como um simio
ainda que não saiba ao certo se vale a pena o que ganho
Paro de perder!