28/05/2008

encontro na dor

Buscando entender o que sou
Penso que tenho vários ângulos interessantes
Que somados a outros nem tanto... Melhor pensar nas diagonais..
Mas neste conviver-e- criar pontes-e- Integrar-se
Nos pontos em que me encontro com o outro
O que sou transforma-se no que se interpreta
E minha essência vira questão de somenos importância.

Neste encontro com o outro
O outro masculino
Não mais me pergunto se interessa a estes seres tão marcadamente
Racionais, conquistadores, pragmáticos e orgásticos
Qualquer traço em mim que não seja o da fêmea

O mundo feminino deve r epresentar muito pouco
Alem de um baú cheio de sonhos românticos, desejos doces e frases tolas,
Algumas bonecas princesas, outras bruxas, outras fadinhas. .
Em algumas conclusões se enganam
Princesas estão em extinção..são desencantadas por cada sapo beijado
Todas as vezes que depois de transformados, tudo que exibem é uma espada fálica num corpo de peixe!
As fadinhas, desistiram de ser madrinhas e resolveram fundar um clube de massagem
Só as bruxas, persistem
Tentam com suas vassouras limpar o cenário
A cada tentativa suas verrugas crescem, os dentes caem e seus cabelos desalinhados resistentes às chapinhas assustam mais e mais...

Os homens...

Correm feito coelhinhos assustados
Para o colo da primeira ninfa!
Ah, homens precisam destes seres etéreos
Mas cobertos de bela paisagem...
Sereias também impressionam...

Então fico eu e meu baú antiguinho
Cheio de artigos de pouca valia.
E no desencanto de ser princesa
Na impossibilidade de ser fada
ou ninfa ou sereia,
Visto-me de negro
Capricho no riso cínico
Na maquiagem agressiva
No olhar insensível,
Na caricatura de boazinha
E não pergunto mais quem sou

No encontro com o masculino
Distribuo maças envenenadas
Tão reluzentes quanto as suas espadas
Duras e frias !