06/04/2008

Estelionato afetivo!

Daqui da minha janela, onde me debruço quase que diariamente para ouvir os pensantes, fico muitas vezes em estado de excitação mental... São tantas informações a absorver, que se faz necessário fechar a janela e abrir as portas internas, passar horas e horas vasculhando teorias, princípios, déias, para conseguir acomodar novos conceitos, tão necessários ao nosso continuo aprendizado e aprimoramento
Algumas novas conclusões tiradas em estatísticas me causam comichão mental, causam até certo temor, e me pergunto, a quem interessam tais afirmativas? A fonte é segura? Que melhoramos ao absorver o que foi publicado?
Usando o espaço do velho ditado, que duas cabeças concluem melhor que uma, quem sabe varias me ajudem a entender...
Algumas pessoas devem ter lido na Revista Veja o resultado de uma pesquisa sobre infidelidade , concluindo que os homens, lideram as estatísticas em mais de sessenta por cento , seguidos pelas mulheres num percentual abaixo da media.
Tudo bem.
Tudo bem?
Tudo bem?!
E agora, o que faremos com todos os casamentos marcados?
E quando o casal tiver que jurar diante do celebrante , de suas famílias, de seus amigos, que cumprirá todos requisitos exigidos para a união civil e religiosa, precipuamente a fidelidade?
Se você que me lê estiver pensando na roupa para a cerimônia, que tal uma fantasia?
E agora que faremos com aquela vontade imensa de jurar amor eterno para nossos amantes?
Hum... Quantas vezes mesmo, alguém já fez surgir num outro coração a crença que “os felizes para sempre existem” sem a intenção real de, pelo menos , lutar para que isso aconteça?
Será a fidelidade coisa própria do estado etílico que a paixão provoca?
Paixão dura pouco..e a ressaca afetiva?
Algum inventor ai, da pílula para cura das paixões- mal- resolvidas?
E agora, meus amigos, como olhar para nosso companheiro de jornada, que pactuou fidelidade e lealdade, sem uma certa desconfiança?
Como, os residuais dos dados estatísticos, aqueles que têm se mantido leais e fiéis, que tem resistido aos calores do baixo-ventre e buscam na relação a dois mais que satisfação sexual, emoção e aventura , que buscam na vida a dois uma forma de compartilhar a vida, dividindo problemas e somando soluções podem se sentir satisfeitos ?
Ai da sua janela, me responda, o que fazer do estelionato afetivo?
lu martins

Um pouco da TV!

Estava lendo um artigo sobre stress numa destas revistas especializadas.
Concluiu a reportagem, afirmando que se tornou difícil viver com tranqüilidade num mundo tão conflitante e individualista, ainda mais quando ganha-se mal, o transito não funciona, as instituições nada garantem, e se vive explorado pelos juros bancários... Para minorar os efeitos do caos aconselhou a pratica de alguma atividade que abstraísse o individuo da rotina, levando-o ao relaxamento... Neste sentido, varias sugestões: a pratica de esportes, yoga, meditação, boas leituras, caminhadas, convívio social... só não estava escrito... Assistir televisão.
É curioso, porque ligar a TV ao chegar em casa e deitar no sofá, são os momentos mais aguardados por varias e varias pessoas como forma de esquecer as atribulações...Mas creiam, ainda não consegui ler algum autor que comungue da idéia que a TV tem capacidade de deixar algum individuo relaxado...já quanto a alienação...
Então é isto que se procura diante da TV? Não necessariamente relaxar, mas entorpecer, como se toma litros de chope , doses uísque. Um encachaçamento psicológico!
De conteúdo , quase sempre duvidoso, permitam os fissurados em programação televisiva, e, tendo por finalidade, alcançando audiência, conseguir bom$$$ anunciante$$$$, não poupa o destinatário, crianças, adolescentes, idosos, adultos, doentes ou sadios, pessoas pouco ou muito bem estruturadas. É o chocar que interessa, a polemica pela polemica, o descomprometimento total com a formação ou com a informação, o senso critico. É como se a TV não fosse uma concessão publica, e devesse agir de forma ética e legal com o cidadão!
Mas nestes pais de portas largas, nosso povo gentil e pacífico, em sua grande maioria, dorme no berço da ignorância e da escassez de valores, engole qualquer produto, sem questionamentos, basta estar relacionado ao sexo, ao humor de baixo nível, ou aquisição de facilidades. Ri de seu reflexo na caricatura mal feita do pobre, mal alimentado, desdentado, mal vestido e de linguagem chula, sem nenhum pudor!
Fechamos nossos lares para os amigos, para atividades criativas ou culturais, deixamos de reunir a família em torno de uma atividade lúdica e escancaramos portas para novelas que tratam as questões sociais , emocionais, afetivas, de forma frívola; programas de calouros que ridicularizam os participantes, ou que exibem mulheres seminuas de forma degradante, como lambendo focinho de suínos; reality shows nos quais pessoas que buscam na auto exposição um meio de vida, são apontadas, heróinas!
Noticiários que relatam o trágico e o pitoresco no mesmo tom; que mostram a violência, a impunidade, mas não ajudam na reflexão sobre causas efeitos e possíveis soluções; que manipulam dados conforme interesses políticos e econômicos. Mostram o tosco e o requintado numa mesma bandeja...
E de bocas fechadas, e olhos bem abertos os Senhores telespectadores ficam ali, estatalados, chorando pela moçinha da novela ou rindo dos seus pares que são ridicularizados!
Dia seguinte...

Trabalhe e Compre

Anda tudo tão estranho, tão insolito... e as vezes lugubre!
A quem interessa promover convivencias tão distantes de conceitos fundamentais como o respeito a vida, a dignidade e a paz?
Quem organiza uma sociedade fria, individualista e sectaria, cujas caracteristas preponderantes são:
incerteza
flexibilidade
precariedade
insegurança
consumismo
medo
impunidade
?

A quem interessa tantas conflitos gerando mortes e lucros?

A quem interessa o descredito nas Instituições?

A quem interessa o esfacelamento da familia,
a precariedade das relações afetivas?

A quem interessa a religião que vende soluções, o religioso que pede mais que agradece?,
o Existir cada vez mais fechado em conceitos egocentricos,
a busca do preenchimento dos vazios existenciais com "coisas" (de preferencia de boas marcas)?

A quem interessa que o governo não cumpra sua meta prioritária, que é garantir a vida, a saude e o trabalho digno e a paz?

Ainda ficamos estarrecidos com a crueldade, mas quantas vezes acompanhamos as tragedias como a uma série televisiva...A banalização da violencia a quem serve?

Aqui da minha janela, indignada, me ponho a
concluir que estamos virando apenas peças
destinadas a manter de pé, exclusivamente, o Capital!
pouco a pouco temos nos rendido ao seu poder
A pergunta que se faz a uma criança não é mais:, o que voce quer ser quando crescer?
Assistimos a imposição da frase: voce tem que saber o que o mercado precisa e se qualificar para o trabalho.
O sonho não é mais casar e constituir uma familia.
Pra que investir em laços afetivos se não se pode confiar em ninguem? Melhor o sexo pelo sexo, prazer imediato e descartavel!
Filhos? Apenas um, e olhe la! dão trabalho, tomam tempo e dinheiro...não garantem o retorno do investimento...
Amigos? Podem servir, pra dividir uma conta aqui outra ali, a intenção é manter bons contatos politicos, empregaticios e sociais.
Colegas de trabalho são intreressnates, mas não esqueçam, competem, sem escrupulos!
não se assoceiem, naõ se sindicalizem, so querem enriquecer com sua ajuda !

E assim vamos nós seguindo cada vez mais sozinhos...
Presas faceis, objetos descartaveis, na jogo do trabalhe e compre!

A quem interessa este estado de ânimo?
lu martins